26 de abril de 2005

Público

Constrange-me o facto de assistir à futebolização do Rugby português...

Sem falar do que sucede no interior das quatro linhas, é preocupante ao que se assiste na bancada.

Bem sei que aí é um lugar de exteriorização de emoções, de excessos, de clubismos acérrimos, raivas despropositadas... mas ao mesmo tempo de desportivismo, de apreciação dos actos dos atletas, de divertimento, de euforia e acima de tudo de uma tarde bem passada.

Agora, o que tenho verificado, é o mau ambiente que se encontra em cada jogo da nossa aclamada final four... meus senhores é de cortar à faca... um curioso que passe por ali, seguramente não voltará a assistir a uma partida de Rugby, não pelo espectáculo em si! Mas sim pelo ambiente pesado que se sente na bancada.

Ninguém está lá para ver o jogo pelo jogo! Estão lá para chamar nomes ao árbitro, “não sei que” ao adversário, criticar quando um jogador da própria equipa comete um erro, enviar bocas de baixo nível para o outro lado da bancada... qualquer dia já estão como aquela malta do Futebol que nem sequer põe os olhos na relva desde que o jogo começa até que acaba... bom, ao menos esses são sinceros! Não fingem que estão ali a apreciar um espectáculo desportivo.

Onde é que está a exclamação e espanto de um gesto técnico bem executado? Do planeamento táctico do jogo? Da conversão difícil de executar? Do ensaio que só a vontade individual ou colectiva do momento permite alcançar? Da tomada de decisão que faz a diferença? Da penetração na defesa em velocidade ou em força? Da placagem bem executada?

De... uma tarde bem passada
Violência

Tem havido alguma nos nossos campos... para já, ainda não muito preocupante... até ao dia!

A falta de actuação do Conselho Disciplinar, ou as constantes benesses àquele ou outro jogador importante para determinados interesses que pululam no Rugby Nacional, está a começar a dar carta branca a qualquer jogador que se encontra na situação supra-citada e a outros que se apercebem que não têm nada a perder, de realizarem actos de violência sem punição devida...

Razões essas que aumentam de dia para dia quando se sente no ar parcialidades coniventes por quem tem interesse em aspectos particulares. Atenção, não digo que tal se verifica! Só se sente.

Podia começar para aqui a bater no "ceguinho" e dizer que o problema está na arbitragem, começando pelo acto de admoestar qualquer jogador com duplo amarelo e de seguida encarnado, que segundo os regulamentos, não pune o infractor em nenhum jogo de exclusão... concluindo com as constantes faltas de anti-jogo passivo não prevenidas e/ ou assinaladas, que arruínam qualquer equipa que tenha intenção de atacar... passando por Juízes de Linha que só sabem levantar a bandeirola e ganham dinheiro (pouco) por isso, e por não sei lá o quê!

Ou seja em Portugal pode-se praticar o acto de violência que se quiser, porque depois os responsáveis pela acção ou punição, não são actuantes... que orgulho! Somos mesmo a imagem do nosso País!


Uma ideiazita para tentar impedir que isto se torne em batalhas campais:

· Primeiro de tudo, os clubes afectados têm que começar a estar mais organizados e a serem mais actuantes junto das instâncias disciplinares

· Segundo, porque não criar a figura do vídeo juiz? É fácil! Basta cada clube ter a possibilidade de apresentar um registro de imagem, a ser entregue imediatamente após o jogo ao árbitro da partida, para tal ser utilizado como prova de ocorrência de actos violentos... como deve ser regulamentado é algo a ser pensado, mas não me parece complicado.

22 de abril de 2005

1º de tudo

Já sabem que foi adiado o workshop do calendário desportivo? Pois é! Ainda vão a tempo de propor as vossas ideias!... não estão para se dar ao trabalho, não é? Vocês nem têm nada a ver com isto nem nada!...

Eu tomo a iniciativa... o.k.?... vou fazer isto por partes, começamos pelo escalão superior incluindo as possibilidades internacionais... que já vai dar pano para mangas!

O aspecto a dar a atenção devida é a competição interna e internacional. A conjugação de ambas é essencial para o sucesso, caso contrário se tal não for precavido, mais cedo ou mais tarde perderemos a oportunidade de implementar a modalidade de um modo estável e competente no panorama do desporto nacional.

Assim, torna-se necessário encontrar um acordo com as instâncias internacionais competentes e correspondentes, à semelhança do que sucedeu este ano com a Rússia e Roménia, em passar os jogos internacionais de XV para um ou dois períodos distintos.

O ideal parece-me: 1º período entre Outubro e Dezembro; 2º em Junho e Julho. Com certeza assim consegue-se realizar os jogos das “6 Nações B” o “transatlântico”(Uruguai e Chile) bem como outros compromissos internacionais (fala-se de Japão e Fiji)

Na época internacional de 7´s não se pode mexer, como tal deverá haver cedência dos jogadores, por parte dos clubes à respectiva SN, sem que para isso seja necessário interromper qualquer competição interna.

A competição europeia de clubes, que se realiza entre Dezembro e no máximo Fevereiro, deverá ser encarado seriamente com representações regionais que dêem continuidade ao trabalho da SN, dando assim oportunidade aos que tiveram nos trabalhos da selecção mas não conseguiram jogar, de se exporem realmente a um nível competitivo superior.

A competição nacional - Para manter a malta toda em actividade, vemo-nos obrigados a criar duas competições por ano, ou seja, o “campeonato de Inverno” e o “campeonato de Verão” que deverão ser independentes um do outro. Ambas as competições prevêem um campeonato a 8 equipas, todos contra todos, sem final-four. A possibilidade de se realizar ½ finais e final fica ao vosso critério, tendo em consideração que é necessário ver se há datas livres para tal.

O CN Inverno, sem os jogadores da SN, serviria para detectar novos jogadores com potencial, bem como abrir oportunidades internas no clube para os jogadores das suas camadas jovens (podia por ex. intitular-se “campeonato do futuro”), tal permitiria uma competição aliciante.
Outro aspecto positivo é o facto de ao ser uma competição independente, ao longo dos anos promoverá equipas da 1ª divisão B, que terão uma exposição a um nível competitivo ligeiramente maior ao existente no seu campeonato e como tal permitindo a obtenção de resultados objectivos de manutenção mais acessíveis.

O CN Verão, será a competição para o campeão nacional absoluto, e os clubes por direito próprio terão todos os jogadores ao dispor.

A fase final da Taça de Portugal ocorrerá na sequência desta competição.

O CN 7’s ocorrerá nos restantes fins-de-semana livres até aos trabalhos da SN de XV.

...pelo menos já tentei dar a minha contribuiçãozita

6 de abril de 2005

workshop sobre o Calendário de provas 2005/06
Dia 17 de Abril - inscrições na FPR

Parece-me uma notícia importante para mencionar aqui neste blog...

Eventualmente alguns de voçês não estão para se chatear em participar, outros não têm oportunidade e outros julgam que não estão na posição de ter uma voz activa neste processo.

Como tal, proponho aos eventuais leitores deste sitio que comentem o modo como julgam que devia estar organizado o calendário de provas nacional...

Há que tomar em consideração alguns aspectos tais como:

* Provas internacionais:
- Torneio Europeu das Nações (5 jogos)
- Torneio Inter-Continental "CONSUR"(?) (2 jogos)
- Enventual jogo internacional com Japão ou outros (2 ou + jogos)
- IRB 7's (falta saber quantos... podem ser 2 em Mai/Jun, 2 em Nov/Dez + 1 em Março)
- FIRA 7's (2 torneios em Mai/Jun + 1 Jul)
- European shield (Dez/Jan se não me engano)
- Taça Ibérica

*Provas nacionais Séniores:
- Campeonato Nacional
- Taça de Portugal
- C.N. 7's (?)

*Outras provas nacionais...

*Outras provas nacionais de camadas jovens (sub 18 para baixo)


Depois eu publico a minha ideia

PS - Bem sei que pensar sobre todos é dificil, mas tentem pelo menos fazer sobre a parte que vos toca

4 de abril de 2005

Nºs

Ouvi por aí dizer, que em Portugal só é preciso 4 equipas de elite, 4 árbitros e o resto a género que se amanhe... mas! Essa gente é obtusa ou não percebe nada de desenvolvimento desportivo!?... Ah!... Querem tornar a família do Rugby mais pequenina, mais unida, mais isolada, mais desaparecida do mercado desportivo português, mais...nada! Muito bem, esse é o caminho certo.

Para além de ser uma perspectiva apequenada, e de caminho fácil... esse tipo de pensamento é uma falta de respeito incrível pelos demais clubes, árbitros e jogadores.

No outro dia ouvi uma frase da bancada muito realista das nossas proezas internacionais em relação ao impacto que temos no nosso País, passo a citar: “...nós somos os 10ºs do mundo de um desporto que não se pratica em Portugal!”. Esclareçamo-nos em uns quantos pontos:

. Quando é que vão perceber que só passamos a ser um desporto significativo quando tivermos no mínimo assistências de 10.000 espectadores nos jogos da selecção?... Encher um estádio!
. Quando é que vão realizar, que a cultura desportiva da população portuguesa é insuficiente para ir ao estádio à conta dos resultados internacionais?... É necessário criar cultura rugbysta!... Só possível de concretizar com mais praticantes e uns “pós” de marketing e etc.
. Quando é que vão entender que qualquer desporto só tem sucesso com a relação correcta entre elite e massa?... As nossas percentagens deverão andar numa relação de 30% (E) / 70%(M). Se repararem, onde o Rugby em outros Países é evoluído, e inclusive, noutras modalidades nacionais, a relação deve andar(se tanto!) pelos 10% a 5% (E) / 90% a 95% (M)... Com uma elite de 4 equipas seguramente alcançaremos esta últimas percentagens, mas por certo diminuiremos o número de praticantes.


Assim, a seguinte questão torna-se pertinente:

Quando e quais medidas tomariam para alargar a família Rugbysta?


PS – Não se dêem ao trabalho de pensar se acharem que a elite de 4 é o caminho certo... mas gostaria de ver aqui umas outras ideias... que tal a vossa??